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domingo, 10 de novembro de 2013

AS DELÍCIAS DA MADRUGADA (O primeiro ano da Alice)

Está chegando o grande dia. Minha filha completa um ano dia 12/11/2013. Um ano de muitas mudanças, em todos os sentidos. Com certeza, não sou mais a mesma de antes de engravidar. Não sou mais a mesma desde que tenho a grande responsabilidade de criar minha filha. Muita coisa mudou. Parece clichê dizer que a maternidade transforma a mulher, mas, para mim, é a mais pura verdade.

Hoje, especificamente, quero falar sobre um dos aspectos que mais mudaram. O meu sono.
Nesse um ano, a Alice já teve vários padrões de sono. Os dois primeiros meses, ela dormia a noite toda e acordava só uma vez para mamar. Do terceiro ao sexto mês, ela dormia seis horas direto. Isso significava dormir da meia noite às seis da manhã.

O caos começou a partir daí. Com a chegada dos dentinhos, tudo virou do avesso. Ela passou a acordar várias vezes à noite e, para dormir novamente, tinha que mamar. Teve noites que eu levantava de meia em meia hora. Fiquei muito cansada e preocupada, pensava que alguma coisa não estava certa.

Foi nessa época que adotamos a cama compartilhada e tudo mudou completamente. A qualidade do sono de todos (eu, Alice e marido) melhorou muito.

Assim, decidimos que, aqui em casa, lugar de bebê dormir é com os pais, na mesma cama, se possível. Não em quarto separado. Muitos podem torcer o nariz e dizer “vai acostumar mal”, “você vai perder a intimidade com seu marido”. Eu respondo: desde quando CARINHO, AMOR, SEGURANÇA e AFETO acostumam mal????? Se eu, ADULTA BEM RESOLVIDA que sou, detesto dormir sozinha, porque minha filha bebê que acabou de chegar ao mundo precisa dormir em um quarto separado, sozinha em um berço gelado???? E não sou só eu quem está dizendo isso. Uma busca na INTERNET sobre CAMA COMPARTILHADA vai mostrar muito artigo de gente “estudada” e “intitulada” que defende essa ideia. Aliás, essa é uma prática recorrente em muitas culturas. Tem um texto ótimo sobre isso no blog do PEDIATRA Carlos Eduardo (Blog do Cacá).

Em relação à intimidade do casal. Não existe só cama para “realizar” a intimidade e é só usar a criatividade.

A madrugada e a cama compartilhada me ensinaram muita coisa. Percebi que, quando a Alice acorda, ela quer só um aconcheguinho para voltar a dormir. Como posso ajuda-la? Um pouquinho de mamá e PRONTO!!!! Resolvido o problema. É incrível como o mamá e a simples presença materna acalmam o bebê.

Aí vem a turma da moral e dos bons costumes e me diz: “ai, ai, ai, ela tá fazendo o peito de chupeta”.

Nesse caso, a minha resposta é a seguinte:

O meu peito nunca seria chupeta por vários motivos: 1°) ele é de carne, não de borracha nem de silicone!!!!!, 2°) ele tem meu cheiro, diferente da chupeta que não tem cheiro de nada e 3°) os movimentos que a criança faz ao chupar uma chupeta e ao sugar o seio são COMPLETAMENTE diferentes.

Eu não dei chupeta para minha filha. Me orgulho disso. Foi muito difícil ouvir toda vez que minha filha chorava: “ela tá querendo uma chupetinha”, “por que você não dá chupeta?”, “chupeta acalma”, “chupeta é melhor”. Tá certo que a minha filha sempre foi muito calma, não teve cólica, não era chorona, mas mesmo assim, me orgulho por ter conseguido resistir e poder vê-la, hoje, dormindo tranquila de boca livre.

Eu, humildemente, acho que é tudo uma questão de ponto de vista. Para mim, amamentar à noite, às vezes, é cansativo, mas NUNCA foi um sofrimento. Na verdade, é muito bom. Porque, geralmente, a Alice, enquanto mama olha para mim, vira o olhinho de sono, aí abre o olhinho de novo, olha para mim, passa a mãozinha no meu rosto, no meu pescoço. E, assim, de noite, quando tudo está super quietinho, eu e ela, ficamos juntinhas, deitadas, curtindo aquele momento de aconchego e carinho. Saber que eu terei a lembrança dos olhos da minha filha enquanto ela mama é muito bom e faz tudo valer a pena. Às vezes, eu nem lembro quando a mamada termina, a gente dorme antes, cheias de carinho.

Podem dizer que esse meu modo de pensar é um tanto quanto romântico demais e que a coisa muda depois do segundo filho. É, pode ser. Mas, por enquanto, estou feliz em pensar assim. E, afinal, o que seria do mundo sem um pouco de romantismo???? O modo como encaramos as situações pelas quais passamos nos faz mais ou menos felizes. Já disse e repito, é tudo uma questão de ponto de vista.

Para finalizar, reproduzo um pedaço do texto que tá lá no Blog do Cacá e que comprova o que escrevo aqui (os destaques no texto são meus):

“Noutras culturas, dormirem todos juntos é praticamente universal (e os problemas de sono durante a infância, em consequência, praticamente desconhecidos). Morelli e os seus colaboradores estudaram em pormenor o comportamento e as opiniões de um grupo de 14 mães guatemaltecas de etnia maia e compararam-nos com os de 18 mães norte-americanas brancas de classe média.
Todas as crianças maias (entre os dois e os vinte e dois meses) dormiam na cama com a mãe, e oito também com o pai. Outros três pais dormiam no mesmo quarto, noutra cama (dois deles com outro filho mais velho) e em três casos, o pai estava ausente. Em dez casos havia outro irmão a dormir no mesmo quarto, quatro deles na mesma cama; as outras quatro crianças não dormiam com os irmãos porque eram filhos únicos.
As crianças maias permaneciam com a mãe e mamavam quando queriam até aos dois ou três anos, pouco antes do nascimento de um irmãoNormalmente, as mães não sabiam se o filho mamava durante a noite, porque não acordavam e parecia-lhes que o assunto não tinha importância (pelo contrário, 17 das 18 mães norte-americanas tinham de acordar para alimentar o filho, a maioria durante seis meses, e as 17 afirmaram que as mamadas noturnas eram um aborrecimento).
Entre os maias não existia uma rotina para fazer dormir as crianças. Sete iam dormir ao mesmo tempo que os pais e as outras adormeciam no colo de alguém. As 10 que ainda mamavam adormeciam a mamar. Não se contavam histórias para dormir nem se lhes dava banho antes de se deitarem. Apenas uma das crianças possuía uma boneca com a qual dormia; era a única que não tinha dormido com a mãe desde o nascimento e que tinha passado uns meses a dormir num berço no mesmo quarto, para logo regressar à cama materna.
As mães maias não concebiam que as crianças pudessem dormir de outro modo. Quando se lhes explicava que as crianças norte-americanas dormiam num quarto separado, mostravam surpresa, desaprovação e compaixão. Uma exclamou: «Mas alguém fica com eles, não é verdade?» Partilhar a mesma cama não é uma consequência da pobreza ou da falta de quartos, considera-se fundamental para a educação correta da criança. As mães explicavam, por exemplo, que, para dizer a uma criança de 13 meses para não mexer em determinada coisa, bastava dizer-lhe «Não mexa, não é bom, pode fazer dodói» e a criança obedecia. Quando lhes explicávamos que as crianças norte-americanas dessa idade não compreendiam proibições ou que faziam mesmo o contrário, uma mãe maia sugeriu que essa era a consequência de as ter separado dos pais durante a noite.”

Então, aqui em casa, entendemos que dormir todo mundo junto é uma necessidade e implica em um desenvolvimento mais saudável e seguro para nossa pequeninha. Sem falar que dormir juntinho da cria é uma delícia!!!!! Selvagem

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