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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Nossos primeiros passinhos

Nesse natal, exatamente no dia 25 de dezembro, ganhei o melhor de todos os presentes que poderia ter ganhado: minha pequena começou a andar. Levantou e foi, livre e ainda meio desequilibrada, deu seus primeiros passinhos independentes em direção ao mundo. Fiquei tão emocionada que só consegui agradecer pelo fato de ela ter escolhido um momento que eu pudesse presenciar.

Seus passinhos desequilibrados nesse mundo tão acelerado me fizeram refletir sobre algumas coisas. As conquistas de uma criança tão pequena não seguem a lógica de nosso mundo tão apressado.
Sem querer parecer piegas e dizer o que todos já disseram ou já ouviram, vivemos em um mundo onde tudo é rápido demais e a novidade dura muito menos do que as prestações na fatura do cartão de crédito que pagamos por cada uma das inovações de que “precisamos”.

Minha filha tem um ano e um mês e durante a sua pequena caminhada, fui criticada muitas vezes por não a ter colocado no andador e ter esperado “tanto tempo” para vê-la andar. Detalhe: eu não esperei tanto tempo, eu esperei o tempo que ela precisava. Ela primeiro sentou, depois rolou, depois engatinhou, se levantou e agora está começando a se sentir mais segura em seus primeiros passinhos.

Não quis apresentar-lhe o andador porque queria que ela engatinhasse o tempo que quisesse e que, quando se sentisse preparada, pudesse levantar. Simples assim, escolhi não pular fases. Preferi me deixar guiar pelo tempo dela e lhe dar a oportunidade de andar quando sentisse que era o seu momento certo. Agora, me pergunto, porque essa busca desenfreada por provar que uma criança é melhor do que a outra pelo fato de ter andado antes, por não ter engatinhado e ter andado direto? Porque não respeitar o tempo do seu filho e coloca-lo em um andador quando, muitas vezes, ele nem está pronto para ficar em pé?

Preciso abrir um parêntesis aqui e falar sobre as famosas perguntas que toda a mãe sempre escuta: já dorme a noite inteira? Ainda mama no peito? Quantas vezes por dia? É agitado ou é calminho? Come bastante? Já fala alguma coisa? Ai, sinceramente, me dá muita preguiça responder tudo isso. Principalmente, porque depois dessas perguntas vêm as comparações. Cada criança é uma criança diferente, tem seu ritmo, seu modo de ser. Umas comem muito, outras mais ou menos, e algumas não comem nada. Umas crescem mais, outras menos. Umas são mais gordinhas, outras mais magrinhas. E assim é a vida.

Voltando ao tema andar sozinha, tem mais uma coisa: em minha fantasiosa imaginação, eu pensava que, a partir do momento em que a pequenininha andasse sozinha, ela andaria sozinha pra sempre. Mas não, os primeiros passinhos ainda estão acontecendo. Ela ainda olha pra mim e me pede pra ajuda-la a andar de um ponto a outro, ela ainda engatinha muito mais do que anda e, às vezes, ela para de pezinho e, simplesmente, anda sozinha. Sem avisar, sem ninguém esperar nem imaginar. E o mais engraçado, ela anda e olha pra gente, já esperando a festa que vamos fazer. Ela mesma bate palmas e comemora o seu grande feito. Essa é minha filha, ensinando sua própria mãe a andar devagarinho, sem pressa, no seu próprio ritmo.

Como diria meu marido, “pressa pra que? A vida não é gincana!!!!”

Para fechar o ano e seguir a tradição de desejar algo para o novo ano, desejo a todos um 2014 com menos pressa e com mais tempo para refletir sobre os pequenos passinhos de nossos filhos. Antes de presentes ou brinquedos é disso que eles precisam: de nosso tempo e de nossa cabeça arejada para novas e melhores ideias!!!!! {#smileys123.tonqueout}

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