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quinta-feira, 20 de março de 2014

O homem sem mãe


O homem estava deitado no sofá e a mulher lavando a louça. Aproxima-se o menino e fala baixinho para o homem: "pai, me dá dinheiro para comprar um presente de dia das mães". O homem abre os olhos, vê o menino tão pequeninho, entrelaçando os dedinhos, nervoso, com aqueles olhinhos brilhantes e ansiosos que as crianças têm. O menino recebe a seguinte resposta... "eu não tenho mãe". O homem levanta e sai, o menino fica ali, sem entender direito o que tinha acabado de ouvir...


A mulher, que viu e ouviu tudo, fica de cabeça baixa, finge continuar lavando a louça, mas seu coração sente o sofrimento de seu filho que, desamparado, fica ali parado sem entender muito bem aquela situação...
"filho, vem cá". O menino vai até a mãe e ela diz: "sabe filho, eu tô cheia de coisa pra fazer e tenho que passar aquelas camisetas, você não quer me ajudar, daí eu te dou um trocadinho"... Rapidamente, ele foi passando as pecinhas de roupa, preocupado, olhando para o relógio da parede. A mulher percebeu a aflição do pequeno, "toma aqui o dinheirinho, filho, depois você termina, porque agora a mãe vai lavar o chão aqui". O menino pegou o dinheiro e saiu correndo.

No dia seguinte, dia das mães, o menino deu àquela mulher, sua mãe, uma carteira para guardar documentos. Ele, muito contente por ter conseguido presentear aquela pessoa tão maravilhosa e ela, aliviada e feliz, por ter um filho capaz de ser tão amoroso em um mundo tão triste...

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Quem me contou essa história foi essa mulher que, há muitos anos, viveu essa situação. Seu pequeno filho se tornou um homem muito bom, um homem persistente e batalhador que não desiste nem das pessoas nem das dificuldades, ele, com certeza, diferente de seu pai, pode dizer que TEM UMA MÃE. Me orgulho muito dos dois, me orgulho de poder conviver e aprender com essas pessoas todos os dias. O homem da história (que não tem mãe) já não é mais tão grosseiro e hoje até parece ter mudado e ter revelado um lado mais sentimental, mas claro, há marcas muito profundas e nem todas podem ser superadas... Mas, não quero julgar ninguém, afinal o que esperar de uma pessoa sem mãe, não é mesmo???

A presença de uma mãe de verdade, uma mãe digna, pode transformar a vida de uma pessoa. O que você faria no lugar da mãe dessa história? Você seria capaz de não levar em conta o ódio que uma situação dessas provoca e, a despeito de toda a decepção de ter um belo "companheiro" como esse, atender ao pedido de seu pequeno filho? Essa mulher priorizou quem nessa situação: o ódio ou o amor?

Criar filhos não é uma tarefa fácil. Exige muito controle emocional e capacidade de lidar com todas as adversidades. Essa mulher pensou, antes de tudo, no mais importante: o bem estar de seu filho. Essa é uma atitude louvável. Parabéns a essa mãe, quero ser capaz de seguir esse exemplo.


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